Eu andava meio caidinha naqueles dias e, em menos de uma semana, tive que me preparar para fazer uma viagem-de-trabalho-surpresa a Nova York. Não estava nos meus planos e eu pensava em fazer uma outra viagem logo em seguida, mas tive que desistir da mesma. Então, Nova York aqui vou eu...
Gripadíssima, quando desembarquei fui direto para o hotel e dormi por uma hora, antes de criar forças para ir trabalhar.
Depois desencanei: comprei Tylenol dia e noite, me entupi deles e também me entupi de um bom-humor-sem-fim que só se consegue obter quando se trata Nova York.
Passados cinco dias da viagem, não queria mais voltar ao Brasil. E meu pai insistia para que eu ficasse lá, já que estava cansado de me ver cabisbaixa.
Então uma amiga brasileira que morava na ilha me convidou para ficar em sua casa. Por que não? Iria embora no dia 12 à noite e então resolvi adiar minha passagem para o final de semana seguinte. Isso ocorreu no dia 10.
Como todos os dias eu acordava bem cedinho (antes das 8h) porque adoro aproveitar os dias de uma viagem, resolvi que não precisava mais correr. E naquele dia coloquei o despertador para às 11h. Dorminhoca que só!
Quando acordei, com a maior despreocupação do mundo, fui tomar um banho daqueles que só uma mulher pode entender: mais de meia-hora dedicada apenas ao cabelo, espumas por toda a parte e uma cesta para lavar cheia de roupas íntimas que, até a noite anterior, não tinham mais uso – mas como protelei a viagem, precisaria muito delas.
Uma hora e meia depois, estava pronta para curtir o que veria ao chegar à rua: o dia mais lindo de sol que se possa imaginar.
Fui ao café onde todos os dias comprava um mini-yogurte (daqueles bem americanos, que deveriam conter, no mínimo, 500g), peguei a colher de plástico e saí pelas ruas, feliz da vida, me sentindo superviva.
Após caminhar por umas 3 quadras, cheguei ao Rockfeller Center e, para minha surpresa, ele estava fechado.
Então perguntei ao jovem vendedor de hot-dog o que havia acontecido.
Ele olhou para mim, com certo escárnio, e disse: “está fechado, oras”. Do tipo: você não consegue ver isso, sua imbecil-estúpida-burra-ignorante?
Não feliz, eu continuei: "mas... por quê"?
E ele, quase irritado (talvez irritadíssimo), replicou: “are you kidding”? (fiquei famosa por essa frase que nem por mim havia sido proferida). “The Twin Towers have been destroyed”.
Aí foi minha vez de olhar para ele com cara de quem vê um imbecil-estúpido-burro-ignorante e mudar para aquela cara de “tá tirando uma com a minha cara, é?” – quando um senhor, de aparência deveras honesta, me perguntou: “querida, de onde você está vindo?” (= sua imbecil-estúpida-burra-ignorante, de que planeta você saiu?). Foi quando vi a seriedade nos olhos de ambos. E comecei a olhar ao redor e notar, pelo primeiro instante, que tudo estava diferente.
As ruas estavam lotadas (não me culpem, eu sempre saía às 8h da manhã, não às 12h30, quando todos estariam almoçando e as ruas abarrotadas – hmmm, pleonasmo isso em NY, não?), os orelhões estavam ou vazios, ou com filas quilométricas (porque o primeiro da fila devia estar falando sozinho e os outros achavam que ele havia conseguido se conectar), os luminosos diziam que 14 aviões haviam desaparecido, muito provavelmente seqüestrados e eu, rodando em volta de mim mesma, tentando entender se eu havia mesmo saído da cama ou se aquilo era apenas um sonho ruim.
A única coisa que eu queria era uma linha telefônica que me conectasse à minha família. Mas isso levou ainda outra meia-hora....
(to be continued...) ;-)
Gripadíssima, quando desembarquei fui direto para o hotel e dormi por uma hora, antes de criar forças para ir trabalhar.
Depois desencanei: comprei Tylenol dia e noite, me entupi deles e também me entupi de um bom-humor-sem-fim que só se consegue obter quando se trata Nova York.
Passados cinco dias da viagem, não queria mais voltar ao Brasil. E meu pai insistia para que eu ficasse lá, já que estava cansado de me ver cabisbaixa.
Então uma amiga brasileira que morava na ilha me convidou para ficar em sua casa. Por que não? Iria embora no dia 12 à noite e então resolvi adiar minha passagem para o final de semana seguinte. Isso ocorreu no dia 10.
Como todos os dias eu acordava bem cedinho (antes das 8h) porque adoro aproveitar os dias de uma viagem, resolvi que não precisava mais correr. E naquele dia coloquei o despertador para às 11h. Dorminhoca que só!
Quando acordei, com a maior despreocupação do mundo, fui tomar um banho daqueles que só uma mulher pode entender: mais de meia-hora dedicada apenas ao cabelo, espumas por toda a parte e uma cesta para lavar cheia de roupas íntimas que, até a noite anterior, não tinham mais uso – mas como protelei a viagem, precisaria muito delas.
Uma hora e meia depois, estava pronta para curtir o que veria ao chegar à rua: o dia mais lindo de sol que se possa imaginar.
Fui ao café onde todos os dias comprava um mini-yogurte (daqueles bem americanos, que deveriam conter, no mínimo, 500g), peguei a colher de plástico e saí pelas ruas, feliz da vida, me sentindo superviva.
Após caminhar por umas 3 quadras, cheguei ao Rockfeller Center e, para minha surpresa, ele estava fechado.
Então perguntei ao jovem vendedor de hot-dog o que havia acontecido.
Ele olhou para mim, com certo escárnio, e disse: “está fechado, oras”. Do tipo: você não consegue ver isso, sua imbecil-estúpida-burra-ignorante?
Não feliz, eu continuei: "mas... por quê"?
E ele, quase irritado (talvez irritadíssimo), replicou: “are you kidding”? (fiquei famosa por essa frase que nem por mim havia sido proferida). “The Twin Towers have been destroyed”.
Aí foi minha vez de olhar para ele com cara de quem vê um imbecil-estúpido-burro-ignorante e mudar para aquela cara de “tá tirando uma com a minha cara, é?” – quando um senhor, de aparência deveras honesta, me perguntou: “querida, de onde você está vindo?” (= sua imbecil-estúpida-burra-ignorante, de que planeta você saiu?). Foi quando vi a seriedade nos olhos de ambos. E comecei a olhar ao redor e notar, pelo primeiro instante, que tudo estava diferente.
As ruas estavam lotadas (não me culpem, eu sempre saía às 8h da manhã, não às 12h30, quando todos estariam almoçando e as ruas abarrotadas – hmmm, pleonasmo isso em NY, não?), os orelhões estavam ou vazios, ou com filas quilométricas (porque o primeiro da fila devia estar falando sozinho e os outros achavam que ele havia conseguido se conectar), os luminosos diziam que 14 aviões haviam desaparecido, muito provavelmente seqüestrados e eu, rodando em volta de mim mesma, tentando entender se eu havia mesmo saído da cama ou se aquilo era apenas um sonho ruim.
A única coisa que eu queria era uma linha telefônica que me conectasse à minha família. Mas isso levou ainda outra meia-hora....
(to be continued...) ;-)
9 comentários:
Gostei da forma como tu escreve, tem personalidade...ótimo blog bem elaborado
passa lá no meu blog depois
abraços
gostei muito do teu jeito de escrever
mas e o famoso park de nao sei o que, que todo mundo vai? fosse nao?/
beijos!
hum... gostei do suspense vou esperar a próxima parte.
Você escreve muito bem.
www.aprendizdecinema.blogger.com.br
Nossa Eri...não sabia q vc tava lá no dia da "grande farsa" rsrsrs....
Ou será q vc me contou e eu não lembro???
Bom, de qq maneira, teus pais devem ter ficado apavorados né??? ui ! dá até arrepio!!!!!
Nesse dia eu acordei bem cedo...e fui ver exatamente a CNN, quando me deparo com o primeiro avião na torre...e quando eles estão lá filmando, lá vem o outro...!!!
Fiquei besta!!!
É mesmo!!!
Lembro que você havia contado...
Claro que a Eri estava lá! E ela ia perder um fato (ou farsa) histórico assim, de pertinho?
heheheheheheh
nossa, ela estava lá meso?
que paúra...
quero djá a continuação!
beijo tita
Não creio que você estava lá no dia desse desastre! (ainda não entendi por que muitos acham isso uma farça).
Que coisa sem noção isso, você viaja pra curtir o lugar e acaba acontecendo uma coisa dessas. Imagino como você deve ter ficado na hora.
Já conseguiu prender minha atenção para o próximo post sobre o assunto.
Conheça meu blog também.
Bruno Monin > www.BloGZinho.com
Ficou bom o relato, porém, na minha humilde opinião sugiro que usasse um pouco mais de simbolismo, ao fazer algumas comparações...
^^
Até mais, abraço.
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